Imagine um restaurante em que a comida não é boa, mas as pessoas o frequentam pela história da cozinha e do chef. A menos que você esteja de brincadeira, existem muitos bons restaurantes por aí para justificar uma escolha dessas. Agora, substitua a palavra comida por vinho. O que é mais importante pra você: se um vinho é saboroso, ou se ele tem uma boa história por trás? 

Tim Fish, levanta essa questão, pois acredita que muitos nessa indústria acreditam que tudo é uma questão de storytelling, deixando o paladar em segundo plano. 

“Essa é uma afirmação no mínimo corajosa. Como se você, consumidor, não fosse capaz de avaliar um vinho sem uma explicação detalhada do seu processo de vinificação.” 

Segundo Fish, a avaliação do produto que deve servir de base para o storytelling. Se o vinho não é bom, de que adianta uma linda história? De volta ao mundo da gastronomia, você iria a um restaurante e diria: “Essa carne não está boa, mas ouvi dizer que vem de uma fazenda incrível.” 

Nas palavras de Fish: “além de nutrirmos o nosso corpo, o prazer não é uma das razões cruciais pelas quais comemos e bebemos?”. Ele acredita ser difícil pensar que a história pode ser mais importante que o sabor, já que grande parte dos consumidores não tem tempo nem vontade de explorar as histórias por trás de uma garrafa.

“Procuro contar as mais diversas histórias sobre um vinho, mas quando faço uma avaliação ou recomendação, me baseio exclusivamente na sua qualidade.”

E eu lhe pergunto, caro leitor, é possível dissociar uma coisa da outra? Quantas vezes você escolheu um produto pela sua história, rótulo, preço ou recomendação de um amigo e não se deixou influenciar por isso? 


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Nota: O artigo acima é uma adaptação do texto de Tim Fish em seu blog na Wine Spectator (aqui na íntegra).
Foto: Jamie Dench | Unsplash

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